Os costumes e as crenças de A-Má estão desde há muito enraizados em Macau, incluindo os mais antigos e abrangentes rituais tradicionais chineses de Macau. O Templo de A-Má, também conhecido como o Pavilhão de Mazu e Templo de Tin Hau (Templo da Deusa), constitui um testemunho do culto de A-Má pelos crentes locais. Durante vários séculos, o Templo de A-Má tem sido um favorito de pintores locais e estrangeiros, devido à sua longa história e à localização especial a caminho do Porto Interior de Macau. Ao observar as várias representações do interior e exterior do Templo de A-Má, dos eventos festivos e do dia-a-dia dos residentes locais, podemos constatar que os artistas de diferentes épocas usaram diversos meios, incluindo mapas antigos, desenhos, pinturas topográficas, gravuras, aguarelas e pinturas a óleo, para retratar de forma meticulosa o Templo de A-Má, deixando-nos assim imagens inestimáveis com a memória de tempos passados.
O missionario Matteo Ricci, o qual contribuiu em grande medida para o intercambio entre as culturas chinesa e ocidental, visitou Macau em 1582, tendo descrito o Templo de A-Ma durante os seus primeiros tempos, no seu diario (vd. A China no Seculo XVI: Os Diarios de Matteo Ricci). A descricao de Ricci e a inscricao em pedra no interior do templo sao prova de que o Templo de A-Ma foi construido durante a Dinastia Ming. Constituindo o templo mais antigo e de maior importancia de Macau, o mesmo foi inscrito na Lista do Patrimonio Mundial pela UNESCO em 2005, tendo o item “Costumes e Crencas de A-Ma” sido adicionado a lista do Patrimonio Cultural Imaterial da China em 2014.
Como podemos constatar pelas pinturas historicas e fotos antigas existentes, muitos artistas, ao longo de mais de 200 anos, tiveram uma predileccao especial pelo Templo de A-Ma, incluindo o pintor britanico George Chinnery, o qual residiu em Macau durante o seculo XIX, o pintor frances Auguste Borget, o medico britanico Thomas Watson e o macaense Marciano Baptista. Atraves dos seus tracos coloridos, harmoniosos e distintos, as suas pinturas reflectem os antigos contornos do Templo de A-Ma, bem como a vida quotidiana dos residentes locais.O fotografo portugues Jose Neves Catela usou igualmente as suas fotografias a preto e branco para documentar o silencio e a tranquilidade do Templo de A-Ma, no inicio do seculo XX.
Atraves das obras de arte existentes, da autoria destes pintores, podemos actualmente vislumbrar o passado, incluindo os rituais religiosos realizados durante o Festival de A-Ma e as actividades da populacao nas proximidades do templo, potenciando assim a nossa compreensao do carisma religioso e da cultura do Templo de A-Ma, bem como da vida quotidiana de outros tempos. Por outro lado, podemos ainda examinar os diversos metodos usados por pintores de diferentes epocas para representar o culto de Mazu e o Templo de A-Ma de Macau.
A sua configuracao complexa e bem ordenada, ornamentada com elementos decorativos de grande elegancia e simplicidade, e as suas crencas e rituais tem sido fonte de inspiracao para muitos artistas. O Museu de Arte de Macau tem preservado e apresentado imagens relacionadas com o Templo de A-Ma, na esperanca de reflectir as tendencias humanistas dos artistas atraves das suas obras de arte, assim como de sensibilizar o publico para a importancia do patrimonio cultural de Macau.

