Prefácio
Desde os primórdios em 2001, o Festival Internacional de Fotografia de Pingyao encerra a sua 14ª edição na província de Shangxi. Este ano, o Museu de Arte de Macau (MAM), sob a tutela do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foi convidado pela segunda vez para participar no Festival, desta feita apresentando a exposição Paisagens de Macau.
Os seis participantes de Macau abrangem três gerações, pois o mais idoso nasceu em 1918 e o mais novo é da geração pós-1990. Diferentes gerações captaram através das suas lentes, as transformações e os cenários da sua cidade natal. Estas preciosas imagens cobrem mais de 60 anos e são um testemunho da evolução e transformações sociais de Macau. A partir de diferentes perspectivas focais, os fotógrafos mostram-nos uma Macau diferente, cheia de encantos e de um calor humano que resistiu à voragem do tempo.
Diferentes gerações testemunharam as transformações da pequena urbe ao longo de décadas, com os mais velhos a concentrarem-se em captar imagens do dia a dia da população, registando para a posteridade uma pitoresca vila piscatória. Já as gerações do pós-1980 e pós-1990, com acesso a melhores tecnologias fruto do progresso económico, concentraram-se nos efeitos visuais. Criando “fora do enquadramento”, estes jovens artistas registam através das suas lentes não apenas o que vêem mas também o que pensam e sentem.
Três dos autores aqui expostos, Lei Iok Tin, Lee Kung Kim e Ou Ping, são experimentados pioneiros dos círculos fotográficos de Macau. Dada a sua considerável experiência prática e criativa, obtêm fotos monocromáticas de cenários serenos, transmitindo ao espectador uma sensação de tranquilidade, paz e lazer.
Os fotógrafos mais jovens – Tang Kuok Hou, Season Lao Sin Hang e Rusty Fox – viveram todos ou viajaram pelo estrangeiro, mas as ligações e laços fortes com a sua terra natal levaram-nos a regressar e, influenciados pela cultura ocidental e tendências contemporâneas, tendem a explorar de forma mais abstracta as relações entre a cidade e a natureza. Os seus trabalhos revelam perspectivas diferentes de cenários de Macau, noutra onda. No riquíssimo mundo da fotografia, estas imagens subtis e refinadas contam-nos histórias de Macau, cada qual com o seu subtexto.
Em Pingyao, Paisagens de Macau é como uma máquina do tempo, convidando os visitantes, tanto locais como do exterior, a viajar no tempo 60 anos entre o antigo e o novo Macau.
Chan Hou Seng
Director do Museu de Arte de Macau