Jornal Macao Daily News
Em apresentação no Museu de Arte de Macau, Eminência Dourada: Tesouros do Museu do Palácio e do Mosteiro de Tashi Lhunpo, oferece uma inestimável visão dos tesouros do budismo do Tibete, constituindo uma oportunidade privilegiada para o público de Macau testemunhar relíquias culturais raras que nos foram transmitidas ao longo da história.
O meu falecido pai, Lok Cheong, um veterano pintor de Macau, , dedicou-se durante muitos anos, à promoção do intercâmbio cultural entre Macau e o Tibete, tendo contribuído, assim, para um novo e brilhante capítulo na história da arte local. Na verdade, muitas das relíquias culturais tibetanas nesta exposição me lembram o meu pai.
Sob a sua direcção, a Associação de Artistas de Belas- Artes de Macau colaborou com o departamento tibetano da Associação de Artistas Chineses para apresentar uma exposição de pinturas que retratavam o planalto do Tibete, em 1992. A mostra assinalou o início da apresentação de pinturas de artistas tibetanos fora do continente chinês.
Em 1993, aos 70 anos de idade, o meu pai recebeu um prémio honorário na primeira edição do Prémio Monte Evereste da Região Autónoma do Tibete, que foi convidado a visitar. No ano seguinte, criaria a pintura “O misterioso Palácio Potala”, representando o magnífico palácio, com as suas coloridas bandeiras de oração, sob um esplêndido céu azul com nuvens. A obra foi apresentada na oitava edição da Exposição Nacional de Belas-Artes no Museu de Arte Nacional da China.
Na década seguinte, o meu pai visitaria o Tibete em nove ocasiões, absorvendo a beleza do planalto e produzindo muitas pinturas das suas extraordinárias paisagens. Essas obras não sé exprimem o seu amor pela Pátria, como dão nota dos seus laços com os seus pares tibetanos. O meu pai fez notáveis esforços para ligar o Tibete e Macau, o que resultou numa profunda relação entre os dois lugares.
Graças às preciosas colecções do Museu do Palácio e do Mosteiro de Tashi Lhunpo, a exposição de grande escala Eminência Dourada revela a conexão entre os sucessivos Panchen Lamas, a corte Qing e o governo central, num exemplo da unidade dos grupos multiétnicos da nação que demonstra a diversidade e inclusividade da cultura chinesa. A exposição estabelece também um sentido de comunidade na China. Inspirados pela filosofia budista, que se dedica a beneficiar todos os seres sencientes, devemos proteger o nosso país, manter a estabilidade do nosso povo e abraçar a coexistência inclusiva de todos os grupos étnicos para garantir a continuada proeminência da nação chinesa.
Lok Po
Director do Jornal Macao Daily News